Neste tópico, apresentamos os princípios básicos
de transformação de energia mecânica em energia
elétrica, os quais são fundamentados na Lei de indução
de Faraday. Quer a energia elétrica venha do vento ou da
água, da força nuclear ou do carvão, das ondas
ou das marés, ela é gerada de acordo com o princípio
da indução eletromagnética. (Figura 1).
Figura 1: Transformação de energia mecânica
em elétrica
1. A LEI
DE INDUÇÃO DE FARADAY
Vimos que,
pela Lei de Faraday, a força eletromotriz induzida
(e) em N
espiras condutoras sujeitas a uma indução
magnética()
é proporcional à variação do
fluxo magnético com o tempo
, ou seja:
(1)
O fluxo magnético pela área
A das espiras é dado por:
Sendo
o ângulo entre a normal ()
à superfície (linha tracejada) e a indução
magnética ,
como ilustra a figura 2.
Assim, podemos concluir que
uma f.e.m induzida pode ser gerada em uma espira condutora, por
exemplo, de três maneiras diferentes:
a) O condutor move-se
através de um campo magnético estacionário(somente
a área A exposta ao campo varia no tempo).
Este princípio se aplica nos geradores
de corrente contínua, como mostram as figuras3a e 3b. Neste caso, a fem induzida no circuito será:
(2)
Figura 3: A figura ilustra uma espira retangular
de área ,
variável à medida que variamos
pelo deslocamento da barra (em azul).
é a força de restauração que atua na
barra.
Fonte: Serway, 2003.
Como ilustra a figura 3a, para induzir uma corrente
pelo circuito, aplicamos uma força (
) sobre a barra móvel (em azul) que desliza sobre dois trilhos
metálicos fixos separados pela distância .
Um resistor R (considerado como a resistência
equivalente do circuito) fecha o circuito para circular e limitar
a corrente I induzida (indicada no sentido
convencional).
Assim, a velocidade com que a barra se desloca na direção
é dada por: .
A variação
é ilustrada na figura 3b. Assim, a força eletromotriz
induzida é dada por:
(3)
Onde
é a área da espira, que varia com . Esta tensão
contínua induzida (fixa no tempo) é ilustrada no circuito
elétrico equivalente na figura 4.
Figura 4: Circuito elétrico equivalente à
figura 3, ou seja, a barra em movimento equivale a um gerador elétrico.
O sentido da corrente é invertido se a barra se mover na
direção oposta, ou seja, se diminuirmos a distância
x.
Fonte: Serway, 2003.
Uma vez que a resistência do circuito é
R, a corrente que circula é dada por:
(4)
Pela conservação da energia, a potência
gerada (em Watts) é igual à potência dissipada
no resistor R, dada por:
Mas ainda permanece uma questão: por que é
gerada uma corrente pela barra quando a movimentamos num campo magnético
uniforme?
Pode-se observar, pela figura 5, que os elétrons
na barra estão sujeitos a uma força (de Lorentz) dada
por:
(7)
dirigida ao longo da barra. Sob a influência
desta força, os elétrons movem-se para a extremidade
inferior do conductor (barra) onde se acumulam. Como efeito da separação
de cargas, negativa e positiva, que se deslocam em sentido contrário,
é gerado um campo elétrico no condutor. As cargas
se acumulam nas extremidades do condutor até que exista um
equilíbrio entre a força elétrica
e a força magnética
sobre os portadores de carga, negativa e positiva. Em módulo,
temos:
(8)
Figura 5: O Deslocamento de elétrons em um
condutor devido a sua movimentação sob a ação
de um campo
uniforme.
Fonte: Serway, 2003.
Obviamente, com a existência deste campo
elétrico, também coexiste uma diferença de
potencial entre as extremidades do condutor enquanto este se mover
através do campo magnético uniforme. Se a direção
do movimento é invertida, a diferença de potencial
também é invertida. Daí, o esquema elétrico
equivalente, ilustrado na figura 4, ou seja, a barra equivale a
um gerador. Fechando o circuito, como mostrado na figura 3, os elétrons
(de carga q=-e) fluem pelos fios, ou pelos trilhos
no sentido real indicado pela força de Lorentz
(FB). Em um circuito elétrico, adotamos o sentido
da corrente (sentido convencional) como sendo o
sentido do fluxo dos portadores de carga positiva pelo circuito.
b) A espira gira em
um campo magnético estacionário.
Este princípio se aplica nos geradores
de corrente alternada, por exemplo.
(9)
Figura 6: Gerador de tensão alternada. Note
que , onde é a frequência angular de rotação
da espira.
Fonte: Serway, 2003.
Como podemos observar na figura 6, o ângulo
, formado entre o campo
e a norma ()
à área (A) da espira, varia quando a espira (armadura)
gira com uma frequência angular .
Como efeito, é induzida na espira uma f.e.m que oscila, entre
positiva e negativa, no tempo. Veremos adiante, no tópico
"Dínamos
e geradores de corrente alternada", que os geradores
de corrente elétrica de alta energia obtêm a corrente
elétrica por indução eletromagnética;
e que nesses geradores, para se produzir variação
do fluxo, fazem-se espiras girar num campo magnético estacionário.
Pois bem, para que a variação de fluxo por segundo
seja grande, isto é, para que o fluxo varie rapidamente,
ou que
seja elevado, essas espiras devem executar, em geral, 50
ou 60 rotações por segundo.
Suponhamos o quadro (espira quadrada) ABCD plano, girando com movimento
de rotação uniforme de velocidade em um campo magnético
uniforme de indução magnética .
Sabemos que, numa posição do quadro na qual a sua
normal faz com o campo um ângulo ,
o fluxo que atravessa a área A do quadro vale:
(10)
À medida que o quadro gira, varia o ângulo ,
e, portanto o fluxo .
Há, então, indução no quadro e aparece
no condutor uma corrente elétrica i, como mostra a figura
7.
É muito importante exprimirmos a variação do
fluxo em função do tempo, à medida que o quadro
gira. Para isso, comecemos a contar o tempo de rotação
do quadro no instante em que .
Nesse caso, num instante t qualquer, o ângulo
vale .
E o fluxo, nesse instante, é expresso por:
(11)
A figura 8 mostra como varia o fluxo magnético
com a frequência angular e com o tempo t.
a espira plana gira com movimento de rotação
uniforme dentro de um campo magnético uniforme e a força
eletromotriz induzida na espira é uma função
alternada no tempo. Uma força eletromotriz desse tipo é
chamada, por definição, força eletromotriz
alternada. Para obtermos uma elevada f.e.m. é necessário
que a espira gire muito depressa, ou seja, que efetue um grande
número de rotações em um intervalo de tempo
()
extremamente pequeno. Nestas condições, ou seja, no
limite, quando
tende a zero, a variação
resulta em uma operação que veremos somente no ensino
superior, que é conhecida como a derivada de uma
função e que, neste caso particular, é
definida por:
logo:
(13)
Como
é constante, vemos que a f.e.m. induzida é diretamente
proporcional a e a velocidade angular da espira. Portanto, para
obtermos grande f.e.m., é necessário que o quadro
gire muito depressa.
Conclusões
Quando um quadro plano gira com movimento de rotação
uniforme dentro de um campo magnético uniforme, a força
eletromotriz induzida no quadro é uma função
senoidal do tempo. Uma força eletromotriz desse tipo é
chamada, por definição, força eletromotriz
alternada senoidal. A representação gráfica
de em função de t é mostrada na figura 9.
b2. Corrente induzida
no quadro
Seja R a Resistência dos condutores que formam
o quadro, alimentado pela f.em. induzida , então a corrente
induzida no quadro (veja fig. 1.9) é dada por:
(14)
Sendo
constante, essa expressão mostra que I é diretamente
proporcional a .
O valor máximo da corrente é aquele para o qual ,
evidentemente o valor mínimo da corrente é obtido
quando
.
Podemos escrever:
(15)
Conclusões
1a) A corrente elétrica induzida
no quadro é uma função senoidal do tempo. Uma
corrente desse tipo é chamada corrente alternada senoidal.
A representação gráfica de I em função
de t está indicada na figura 10. Essa corrente é
chamada alternada, porque ela percorre o condutor ora num sentido,
ora noutro. A figura indica o seguinte: que a corrente no início
tem valor zero; vai aumentando, até atingir um máximo
em T/4; depois vai diminuindo até se anular em T/2; depois
muda de sentido e vai aumentando até atingir um máximo
em 3T/4; depois vai diminuindo, até se anular em T; muda
de sentido novamente, e reinicia o ciclo.
Vemos que o tempo T que a corrente demora para realizar um ciclo
completo é igual ao tempo T que o quadro demora em dar uma
volta no campo magnético.
Na corrente usada na cidade de São Paulo, esse tempo T é
de 1/60 segundo, isto é, a corrente muda de sentido 60 vezes
por segundo. Na corrente usada no Rio de Janeiro, esse tempo T é
de 1/50 segundo.
2a) Como era de se esperar, vemos pela fórmula
senwt (16) que a corrente induzida
também é diretamente proporcional à velocidade
angular do quadro. Isso está de acordo com a lei de Faraday:
a corrente induzida será tanto maior quanto mais rápida
for a variação do fluxo. Também fica evidente
que a corrente induzida será tanto maior quanto maior for
o número de espiras N, sua área A
e a intensidade da indução magnética B.
b3) Valor eficaz
O valor eficaz de uma corrente alternada periódica é
o valor
de uma corrente contínua constante que, num intervalo de
tempo igual a um período, dissipa a mesma energia em um mesmo
resistor. No caso da corrente alternada, pode-se demonstrar que:
(17)
O conceito de valor eficaz é estendido à tensão
alternada. No caso de uma tensão alternada senoidal, de valor
máximo
, pode-se demonstrar que o valor eficaz
dessa tensão é dado por:
(18)
Quando se diz que a tensão entre os terminais de uma tomada
é 110 volts, isso significa que o valor eficaz é de
110 volts. Portanto, o valor máximo da tensão nessa
tomada é:
(19)
Quando uma corrente alternada percorre um resistor,
a potência média
dissipada nesse resistor é definida como a energia dissipada
em um período, dividida pelo período. Pode-se demonstrar
que:
(20)
Pois para um resistor, a equação:
(21)
Continua válida tanto para valores instantâneos
como para valores eficazes.
c) A espira permanece
estacionária em um campo magnético variável
no tempo.
Este princípio se aplica nas bobinas
das velas de ignição nos motores dos automóveis
e também nos transformadores.
(22)
Ex: Seja um anel de cobre de raio r numa região onde há
um campo magnético variável no tempo (com módulo
crescendo à taxa ),
como ilustra a figura 1.10.
Figura 1.10 - O campo(que
penetra na folha) varia no tempo, gerando um campo elétrico
no anel.
Fonte: Serway, 2003
A variação de B faz aparecer (induz)
uma corrente na espira. Portanto, um campo elétrico (E) induzido
passa a existir na espira.
Pode-se então dizer que: um campo magnético variável
no tempo produz um campo elétrico, também variável
no tempo (Lei de Faraday reformulada). As linhas do
campo elétrico induzido são tangentes ao anel, formando
um conjunto de circunferências concêntricas.
c1) Um exemplo deste efeito eletromagnético
são as chamadas correntes de Focault.
Nos itens anteriores, limitamo-nos ao estudo de
forças eletromotrizes induzidas em condutores com forma de
fio e barras. Nesses casos, as correntes induzidas têm trajetórias
bem definidas, que são os próprios fios. No entanto,
há situações em que o condutor é uma
peça de dimensões maiores que um fio e, nesses casos,
as correntes induzidas já não têm trajetórias
bem definidas e são chamadas correntes de Foucault.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_de_Foucault).
Suponhamos, por exemplo, que um bloco de ferro seja colocado com
a face plana ABCD perpendicular a um campo magnético variável
no tempo, como mostra a figura 12. Sendo A
a área dessa face, ela é atravessada por um fluxo
.
Se o campo for variável no tempo, então o fluxo magnético
será variável no tempo. Neste caso, o bloco de ferro
sofrerá indução eletromagnética e aparecerão
nele correntes elétricas induzidas circulares, geradas pelo
campo elétrico circular induzido no bloco. Estas correntes
circulam em planos perpendiculares à indução
magnética ,
isto é, em planos paralelos a ABCD.
Figura 12: a) Bloco de ferro sujeito a uma indução
magnética variável no tempo.
b) Bloco de ferro constituído de várias lâminas.
Em alguns casos, como por exemplo, nos núcleos
de motores elétricos, dínamos e transformadores, as
correntes de Foucault são indesejáveis tanto pela
dissipação de energia (provocando aquecimento das
peças) como pelo fluxo magnético que elas mesmas criam.
Nesses casos, as correntes de Foucault são também
chamadas de correntes parasitas. Para reduzir as correntes parasitas,
essas peças são construídas na forma de lâminas
finas isoladas entre si por um verniz isolante ou Óxido de
Ferro, de modo que as lâminas fiquem paralelas às linhas
de indução (veja figura 12b).
Há casos, porém, que as correntes de Foucault são
úteis. O calor gerado por elas pode ser utilizado para fundir
peças metálicas nos chamados fornos de indução.
O forno de indução consiste basicamente de uma bobina
percorrida por uma corrente alternada, com a peça metálica
a ser fundida colocada no interior da bobina, como ilustra a figura
13.
Figura 13: Esquema simplificado de um forno de indução.
As correntes de Foucault são aproveitadas
também na construção de freios magnéticos.
Como mostra a figura 14, uma placa metálica oscilando entre
os dois polos de um eletroímã gera uma variação
do fluxo magnético através da placa. Essa variação
do fluxo magnético através da placa fará, de
acordo com a lei de indução de Faraday, surgir o aparecimento
de uma corrente elétrica na própria placa. Estas correntes
induzidas, que aparecem em circuitos fechados que oscilam em um
plano perpendicular a um campo magnético, são chamadas
de corrente de Foucault, ou correntes parasitas. Esta corrente,
por sua vez, também gera um campo magnético que se
opõe ao campo magnético indutor (Lei de Lenz), fazendo
a placa parar de oscilar em pouco tempo.
Para interromper a circulação
de corrente parasita pelo pêndulo, basta recortá-lo
em tiras isoladas, como mostra a figura 14 b.
Figura 14. Freio magnético Pendular. Esse princípio
é utilizado em vários tipos de frenagens, entre elas
podemos citar a frenagem de trens, de guinchos degrandes guindastes
e até mesmo em carretilhas de pesca.
Fonte: Serway-2003.
Em instrumentos tais como amperímetros
e voltímetros analógicos, é importante que
o movimento do ponteiro seja rapidamente amortecido para que possamos
fazer a leitura. Assim, o ponteiro a ser frenado leva um pequeno
disco de metal que fica entre os polos de um ímã.
Quando o ponteiro se move, o disco também se move e assim
são geradas nele correntes de Foucault, as quais, de acordo
com a Lei de Lenz, devem opor-se ao movimento, e assim o ponteiro
é frenado.
Conclusões importantes:
Um campo elétrico é gerado
em um condutor como resultado da variação do fluxo
magnético com o tempo;
Mesmo na ausência de um condutor,
um campo magnético variável no tempo produzirá
um campo elétrico no espaço vazio;
Este campo elétrico tem propriedades
diferentes do que os campos produzidos por cargas estacionárias.
2. DÍNAMOS
OU GERADORES MECÂNICOS DE ELETRICIDADE
Chamam-se geradores mecânicos de corrente elétrica,
ou dínamos, os dispositivos que transformam energia mecânica
em energia elétrica.
1º - Dínamo com corrente contínua
É aquele que fornece corrente contínua, isto é,
uma corrente que circula em um único sentido.
2º - Dínamo com corrente alternada (Alternador)
Também chamado alternador; é aquele que fornece
corrente alternada, isto é, corrente que circula em um
sentido e em outro, alternadamente.
2.1 Princípio de funcionamento
de dínamos
Os dínamos funcionam por meio de indução
eletromagnética. E esta é, sem dúvida, a
mais importante aplicação do fenômeno de indução
de Faraday. Isso porque esse fenômeno é o único
que fornece corrente elétrica com grande energia, como
por exemplo, essa corrente que é fornecida para iluminação
das cidades e para as indústrias.
O princípio de funcionamento dos dínamos, tanto
de corrente contínua como de corrente alternada, é
a indução eletromagnética num quadro plano
que gira num campo magnético uniforme. Tanto no dínamo
de corrente alternada como no de corrente contínua, o quadro
é percorrido por corrente alternada. A diferença
entre eles está na maneira de colher essa corrente para
fora do quadro. Essa captação da corrente para fora
do quadro é feita por um dispositivo chamado coletor.
2.1.1 Coletor de corrente alternada
Na figura 15, consideramos que o quadro seja
aberto em A e D, e daí sejam tirados dois condutores AB
e CD, que são ligados a dois anéis, B e D. Encostados
a esses anéis existem dois pedaços de carvão
(que é condutor), m e n.
O circuito externo, R, onde vai ser utilizada a corrente, é
ligado a esses pedaços de carvão. À medida
que o quadro gira dentro do campo magnético (gerado entre
os polos do ímã), os anéis giram juntos com
ele. Os pedaços de carvão m e n
ficam fixos e os anéis ficam raspando neles. A
corrente que se produz no quadro passa para os anéis, deste
para o carvão e do carvão vai para o circuito externo.
É fácil notar que, com esse dispositivo, quando
a corrente elétrica muda de sentido no quadro, também
muda de sentido no circuito externo, isto é, no circuito
externo ela é captada também como alternada, como
ilustra a figura 17a.
Coletor é o nome que se dá ao conjunto
dos anéis e pedaços de carvão (figura 2.1).
Os pedaços de carvão são chamados escovas.
2.1.2 Coletor de corrente contínua - Dínamo com
comutador
Em vez de dois anéis, ele se compõe
de dois semi-anéis. Cada semi-anel é ligado a uma
ponta do quadro girando junto com o quadro. Os pedaços
de carvão são fixos, e são ligados ao circuito
externo. Quando os semi-anéis giram, os mesmos são
pressionados contra os pedaços de carvão (Figura
16). Vemos que, em cada meio período, um semi-anel está
em contato com um pedaço de carvão diferente.
A posição dos carvões é ajustada de
tal modo que, no instante em que a corrente muda de sentido no
quadro, há troca de contato entre os carvões e os
semi-anéis. Desse modo, fora do quadro, a corrente caminha
sempre no mesmo sentido, isto é, é contínua,
como ilustra a figura 17b. Tal corrente, cuja intensidade varia
periodicamente mas cujo sentido se conserva, é denominada
corrente pulsante.
Vimos que os dínamos consistem numa série
de espiras que executam movimento de rotação uniforme
num campo magnético uniforme. Essas espiras, para executarem
movimento de rotação, necessitam de energia mecânica.
De onde provém essa energia? Na prática, provém
de energia térmica ou da energia de uma queda d'água,
do vento, das marés ou das ondas. Tomemos como exemplo
o caso da queda d'água.
O aproveitamento de uma queda d'água para fornecer energia
mecânica a um dínamo é feito do seguinte modo:
armazena-se a água de um ou de vários rios numa
região muito vasta, chamada represa. A água dessa
represa cai pelo interior de tubos, de uma altura H , e vai acionar
uma roda que possui na periferia certo número de pás,
como na figura 18. A energia com que a água chega às
pás faz com que a roda execute movimento de rotação.
A roda com as pás é chamada turbina.
Ao eixo da turbina são ligados os condutores do dínamo,
de maneira que, quando a roda gira, eles também giram.
Vimos que a energia elétrica da corrente, isto é,
a energia comunicada aos elétrons que se deslocam nos condutores
provém da energia potencial (mecânica) da água
que estava na represa. Ao conjunto do dínamo com turbina
se chama usina hidroelétrica ou estação geradora
de eletricidade [http://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_hidrelétrica].