T E O R I A     (Referencial Físico Matemático)
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1. TORQUE OU MOMENTO DE UMA FORÇA

Denomina-se torque ou momento Mo de uma força em relação a um ponto O (polo), o produto da intensidade da força pela distância d do polo à linha de ação da força (braço): Mo = ± F · b.           (1)

No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade do torque ou momento é o newton X metro (N · m).
O sinal ± é utilizado para indicar o sentido de rotação devido ao torque, sendo considerado (+) para a rotação no sentido anti-horário e (-) para a rotação no sentido horário.

Exemplo: observe, na figura, para o mesmo torque, ao maior braço corresponde a menor força e ao menor braço, a maior força.

 

Figura 1

 

1. Vamos determinar o momento da força F1 em relação ao ponto O, supondo F1 = 100 N e o seu braço b1 = 12 cm.

Mo = - F1· b1 = - 100 · 0,12 = - 12 N·m

2. Supondo Mo = F2· b2 = 12 N·m, determinar b2 se F2 = 80 N.

12 = 80· b2, portanto b2 = 0,15 m

3. Determinar a intensidade da força F3, supondo Mo = - F3· b3 = - 12 N·m e b3 = 20 cm.

- 12 = - F3· b3 = -F3· 0,20, portanto F3 = 60 N


2. BINÁRIO OU CONJUGADO

O conjunto de duas forças de mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos denomina-se binário.

 

M = ± F · b

 

O braço b do binário é a distância entre as duas direções das forças que constituem o binário. Assim, o momento de um binário será:
O sinal ± é utilizado para indicar o sentido de rotação devido ao torque, sendo considerado (+) para a rotação no sentido anti-horário e (-) para a rotação no sentido horário.
Veja o exemplo na figura a seguir, que ilustra um binário cujo momento correspondente é M = + F · b

 

Sendo as forças que constituem o binário,e -resulta a força resultante igual a zero, isto é, não haverá movimento de translação, porém o corpo adquire movimento de rotação, pois o seu momento resultante não é nulo.

Figura 2

Exemplo de aplicação

Na figura acima, suponhamos a intensidade da força F = 80 N e b = 0,30 m. Determine o momento desse binário.

Resolução:

No caso, como o momento correspondente é no sentido anti-horário, temos: M = + F · b. Substituindo os valores numéricos, resulta: M = + 80 · 0,30 = 24 N.m

Resposta: M = 24 N.m



3. CONDIÇÃO NECESSÁRIA E SUFICIENTE PARA O EQUILÍBRIO DO CORPO EXTENSO

 


Para que um corpo extenso esteja em equilíbrio estático, é necessário que não haja translação e nem a rotação do mesmo, isto é, a condição necessária e suficiente será:

S=- evita a translação do corpo       (2)

S Mo= 0 - evita a rotação do corpo             (3)

 

Para saber mais:

http://www.fisica.net/tc/07fis.pdf

 


4. MÁQUINAS SIMPLES

A palavra máquina nos dá impressão de algo sofisticado, como o motor de um automóvel ou de trens do metrô. Aqui estamos falando de máquinas simples, que são: a alavanca, o plano inclinado e a polia ou roldana.


4.1 Alavancas

Um sólido, em forma de uma barra, que pode girar em torno de um ponto fixo, constitui uma alavanca, onde três são os elementos importantes: (nas figuras 3, 4 e 5 a seguir)
P = Potência = FP = força potente; R =Resistência = FR = força resistente e A = Apoio = fulcro = ponto em relação ao qual a alavanca pode sofrer rotação.

VANTAGEM MECÂNICA (VM) é a razão entre a força resistente FR e a força potente FP.

 


As alavancas podem ser classificadas em três tipos, cujas denominações decorrem do elemento que fica entre os dois outros elementos. Assim, temos as alavancas interfixas, inter-resistentes e interpotentes (veja as figuras a seguir).

 

Figura 3 (INTERFIXA)

Figura 4 (INTER -RESISTENTE)

Figura 5 (INTERFIXA)

 

Exemplo de aplicação

Na figura 4, suponhamos o sistema em equilíbrio estático com a carga de peso FR = 180 N, com os braços das forças br= 1,0 m e bp = 3,0 m. Determinar as intensidades das forças FP e a que age na barra no fulcro FF.

Resolução:

De acordo com a condição de equilíbrio de rotação do corpo extenso, temos: FR x br = FP x bp. Substituindo os dados, resulta:
180 · 1,0 = FP · 3,0, portanto, FP = 60 N.

Conforme a condição de equilíbrio de translação do corpo extenso, temos: FF + FP = FR. Substituindo os valores numéricos, resulta:
FF + 60 = 180, portanto, FF = 120 N.

 

Respostas:

FP = 60 N e FF = 120 N

Para saber mais:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Alavanca
http://www.ufmt.br/instfis/livro/cardoso.pdf (para a leitura)

 

4.2 Plano inclinado

Uma superfície plana inclinada em relação à horizontal constitui um plano inclinado.

As componentes de P são tais que:

 

Exemplo de aplicação

Na figura abaixo, uma barra homogênea de peso PB está articulada a uma parede e encontra-se em equilíbrio estático.
Supondo o peso do corpo P = 120 N e q = 37°, determinar o peso PB da barra supondo os fios e a polia ideais, o atrito desprezível , sen 37° = 0,60 e cos 37° = 0,80.

 

Figura 7

Resolução:

Estando o sistema em equilíbrio, temos: T = Pt = P · sen 37° = 120 · 0,60 = 72 N

Sendo a barra homogênea o braço bT de T em relação ao ponto de articulação será o dobro do braço de PB, portanto, temos: 2T = PB. Substituindo o valor de T obtido anteriormente, resulta: 2·72 = PB e teremos PB = 144 N

Resposta: PB = 144 N

Para saber mais:

http://cepa.if.usp.br/walterfendt/phbr/inclplane_br.htm

4.3 Polias ou roldanas

Uma roldana ou polia é um disco com eixo no seu centro, em torno do qual o mesmo pode girar; a polia ou roldana possui um sulco, que permite que uma corda ou um cabo flexível possa contorná-la sem se soltar. Veja as figuras a seguir.




Figura 8

Figura 9

Figura 10

POLIAS FIXAS são aquelas que permanecem sempre na mesma posição, apenas giram em torno do seu eixo, o que está ilustrado na Figura 8. No equilíbrio, temos: F = P .           (8)

POLIAS MÓVEIS são aquelas que podem se movimentar quando o corpo a ser içado é deslocado; são ilustradas nas Figuras 9 e 10. Na Figura 9, temos 1 polia fixa e 1 polia móvel, e na Figura 10, temos 1 polia fixa e 4 polias móveis. No equilíbrio, temos:

(9) onde n é o número de polias móveis.

Esses conjuntos de polias, como nos casos das figuras 2 e 3, constituem a chamada TALHA EXPONENCIAL. Nesses casos, além da intensidade da força F depender do número de polias móveis, também depende dos mesmos números o deslocamento da corda em relação ao deslocamento da carga (observe nos flashs).

Exemplos de aplicação

1) Na figura 1, temos uma polia fixa; considerando o peso da carga P = 80 N, a corda e a polia ideais, determine:
A) A intensidade da força F se o sistema encontra-se em equilíbrio;
B) Nas mesmas condições do item anterior, a intensidade da força de tração na corda, fixada ao teto, que sustenta o conjunto carga e a polia.

Resolução:

A) Estando o sistema em equilíbrio, teremos: F = P , portanto F = 80 N
B) Como a tração T = F + P, substituindo os valores conhecidos, resulta: T = 80 + 80, portanto T = 160 N

2) Na figura II, temos uma polia fixa e outra móvel; considerando o peso da carga P = 80 N, a corda e a polia ideais, determine a intensidade da força F se o sistema encontra-se em equilíbrio.

Resolução: De acordo com a condição de equilíbrio da talha exponencial, temos:

, substituindo o valor do peso e do n que, no caso, é n = 1, pois apenas uma polia é móvel, resulta:

3) Na figura III, temos uma polia fixa e quatro polias móveis; considerando o peso da carga P = 80 N, a corda e a polia ideais, determine a intensidade da força F se o sistema encontra-se em equilíbrio.

Resolução: De acordo com a condição de equilíbrio da talha exponencial, temos:

, substituindo o valor do peso e do n que, no caso, é n = 4, pois quatro são as polias móveis, resulta:


REFERÊNCIAS

http://cepa.if.usp.br/walterfendt/phbr/pulleysystem_br.htm

http://www.mademil.com.br/site/empresa/polia