Decaimento do alfa do amerício e decaimento gama do
netúnio:

A energia de desintegração Q para o decaimento alfa é
igual a variação da energia de repouso total causada pelo
decaimento. Esta variação é dada pela relação:
Neste caso a emissão alfa é possível porque a massa
do amerício-241 (mi) é maior que a
soma das massas(mf) do netúnio-237 e do núcleo
de hélio(partícula alfa). Os cálculos da energia
de desintegração, utilizando as massas atômicas
(inclui a massa dos elétrons), estão resumidos na tabela
abaixo.

Como o resultado obtido para a energia de desintegração
é positivo, concluímos que o decaimento alfa é
energeticamente possível. A energia de 5,61 MeV é distribuída
entre os produtos do decaimento (núcleo de netúnio e a
partícula alfa), com a grande parcela desta energia sendo convertida
em energia cinética para a partícula alfa. Como tipicamente
sua velocidade é da ordem de 5% da velocidade da luz, podemos
estimar a energia transferida para partícula alfa utilizando
relações não relativísticas para a energia
cinética.
Considerando o núcleo de amerício inicialmente em repouso,
o momento linear da partícula alfa possui módulo p
igual, porém contrário ao do momento linear do núcleo
depois da emissão(conservação da energia e momento
linear). A energia cinética é
, logo uma vez que p é o mesmo para as duas partículas,
as energias cinéticas se distribuem de modo inverso às
respectivas massas. Assim, a partícula alfa possuirá uma
energia cinética igual a 237/(237 +4) da energia cinética
total, ou seja: 
A velocidade da partícula alfa será:

Decaimento gama do netúnio:
Após um processo de decaimento alfa ou beta, o núcleo
freqüentemente ainda permanece em um estado excitado. Isto significa
que o processo de decaimento, resultou na produção de
um núcleo que ainda tem energia em excesso para se livrar. Ao
invés de emitir outra partícula beta ou partícula
alfa, esta energia é perdida emitindo um pulso de radiação
eletromagnética chamada de raios gama, como ilustra a figura.
Neste exemplo, 84,2 % dos decaimentos alfa do amerício levam
ao netúnio-237 excitado que decai emitindo um fóton de
60 KeV. Ou seja, a energia do fóton é a diferença
entre dois níveis de energia do núcleo (70 KeV-11keV).
A relação entre a diferença de energia
e
a freqüência do fóton (f) é dada pela equação:
onde h é a constante de Planck (h=6,63 x 10-34 J.s).
Como
, o comprimento de onda do fóton é dado por:
.
Em primeiro lugar vamos converter a energia do fóton de eV
para joules:

O comprimento de onda do fóton é dado por: 
b) decaimento beta mais: 
A energia de desintegração Q para o decaimento beta mais
é igual à variação da energia de repouso
total causada pelo decaimento. Esta variação é
dada pela relação:
.
Entretanto, como o posítron emitido é criado no momento
da emissão (e portanto não é uma partícula
já existente no átomo original), precisamos tomar cuidado
para distinguir entre as massas nucleares-mn(que não conhecemos)
e as massas atômicas-ma(que conhecemos). Chamando
a massa do pósitron ou da partícula beta mais, temos que
a variação de massa de repouso será:
Assim:
,
subtraindo e somando
, obtemos:
.
Os cálculos para a energia de desintegração estão
resumidos na tabela abaixo.

Verifica-se experimentalmente que esta energia (Q) é igual a
energia cinética máxima dos pósitrons emitidos.
Embora uma energia de 1,66 MeV seja liberada toda vez que o núcleo
de flúor-18 se desintegra, na grande maioria dos casos a energia
cinética do pósitron emitido é menor que este valor;
o restante da energia fica com o neutrino, que deixa o ambiente sem
ser detectado.
Aniquilação do par elétron-pósitron
Na tomografia por emissão de pósitrons, o radioisótopo
flúor 18 é introduzido no paciente por moléculas
como fluoro-estrogênio, rotulados por flúor- 18. Já
fluindo pelo cérebro do paciente o flúor-18 decai para
o oxigênio-18, emitindo um pósitron (partícula beta
mais) com energia da ordem de 1,7 MeV. O pósitron perde boa parte
desta energia por colisões com elétrons da matéria
cerebral até que seja provável a formação
de um positrônio (um par elétron-pósitron), como
ilustra a figura abaixo. Em seguida o positrônio é aniquilado
gerando dois fótons de raios gama que se propagam em direções
opostas com energias da ordem de 0,511 MeV (igual a energia de repouso
do elétron). Pois pela conservação de energia
.
Estes fótons de raios gama atravessam todo o cérebro atingindo
um detector que lança o sinal para uma unidade de processamento
e reconstrução da imagem.
