É a grandeza física que mede o estado de agitação
das partículas de um corpo. Ela caracteriza, portanto, o
estado térmico de um corpo.
2.
O QUE É CALOR?
Calor é uma forma de energia em trânsito. Ela aparece
quando existe uma diferença de temperatura entre dois corpos.
Portanto, o calor é medido nas unidades usuais de energia,
como o joule (J) ou caloria (cal) e os seus múltiplos.
Devemos evitar a confusão entre os conceitos de temperatura
e de calor. Eles estão relacionados, mas não são
a mesma coisa.
3. ATMOSFERA E ESTUDO DOS GASES
A atmosfera é a camada de gases que envolve o planeta. Na
Terra, ela é composta basicamente de nitrogênio (78%)
e oxigênio (21%), além de outros gases, como o dióxido
de carbono e vapor de água.
A existência de uma atmosfera relativamente densa é
importante para proteger o planeta e a vida nele existente de radiações
espaciais nocivas, contra a queda de corpos (como os meteoróides,
que tendem a se desintegrar ao ingressar nela, por conta do atrito
com o ar) e para manter a temperatura estável, favorecendo
assim a manutenção das formas de vida.
A pressão
exercida pela camada de ar existente é chamada de pressão
atmosférica, que ao nível do mar vale 1 atmosfera
ou 760 mm de coluna de mercúrio.
Entretanto, essa pressão varia com a altitude considerada.
Em locais de maior altitude, a pressão atmosférica
diminui. Isso pode ser explicado ao observarmos a equação
de Clapeyron, que relaciona pressão (P), volume
(V) e temperatura (T) de um gás.
PV = n . RT
Onde: n = número de moles (n = m/M, sendo
m a massa do gás e M a massa da molécula-grama do gás)
e R = 0,082 atm.L/K.mol (constante universal dos
gases perfeitos).
Se considerarmos a atmosfera como o comportamento de gás perfeito,
verificaremos que nas suas camadas mais altas, o ar é mais
rarefeito (por conta da diminuição progressiva do valor
da força gravitacional que age sobre a matéria), o que
faz com que a quantidade de matéria num mesmo volume considerado
caia (o número de moles é dependente da massa de gás
envolvida: n = m/M). Assim, caem também os valores médios
de temperatura. Nessas camadas, por consequência, a pressão
acaba diminuindo, mantendo a relação observada na equação
de Clapeyron (pois "P.V" é proporcional a "n.T").
No extremo oposto, para as camadas atmosféricas mais baixas
e próximas da superfície, a atmosfera é mais
densa, e as temperaturas, maiores. São esses fatos que fazem
com que os valores da pressão atmosférica observadas
nessa região sejam mais altos.
diferenças termodinâmicas na atmosfera, em função
da altitude.
3.1
Camadas da atmosfera
Para efeito de estudo, dividimos a atmosfera em cinco regiões:
a troposfera (que vai da superfície do planeta até
cerca de 10 a 15 km de altura); a estratosfera (onde está
a camada de ozônio, ou ozonosfera); a mesosfera (entre 50
e 80 km); a termosfera e a exosfera (que faz fronteira com o espaço
exterior).
(Figura 1).
É na troposfera que ocorrem os fenômenos meteorológicos
principais, como a formação das chuvas e neve. Nessa
camada, a temperatura tende diminuir, à medida que aumenta
a altitude, pois a superfície terrestre, que também
se comporta como fonte de calor, vai se distanciando cada vez mais.
Figura 1: Camadas da atmosfera.
Na estratosfera, entretanto, o ozônio presente libera calor
em suas reações, o que faz com que as temperaturas
aumentem com a altitude, voltando a decrescer quando a altitude
cresce novamente, alcançando a camada seguinte, a mesosfera.
A camada de ozônio da estratosfera também absorve boa
parte dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol, que em excesso são
nocivos à vida. A destruição progressiva desta
camada, que vem sendo observada nos últimos anos, pode ser
um fenômeno natural cíclico, mas também se apresenta
como consequências decorrentes de outros fatores. Desconfia-se
que, pelo menos em parte, o problema foi provocado pelo homem, que
incrementou o lançamento de gás freon, usado em sprays
e ciclos de refrigeração, na atmosfera. Comprovou-se
recentemente que esse tipo de gás (à base de clorofluorcarbonos)
reage com o ozônio da camada estratosférica, reduzindo-o
sensivelmente. Devido a isso, entrou em vigor um tratado internacional
que procura eliminar o uso de tal produto nas próximas décadas,
a fim de tentar reverter o processo de destruição
deflagrado. Gases alternativos para o ciclo de refrigeração
são hidrocarbonetos, como o HFC-134A e o HCFC 141B.
Nosso planeta e a sua atmosfera recebem radiação
de diversos tipos vindas do espaço. A maior parte delas é
gerada pelo Sol, nossa estrela mais próxima. Essas radiações,
na forma de ondas eletromagnéticas (infravermelho, ultravioleta,
luz visível, raios X, ondas de rádio, etc.), são
responsáveis por efeitos físicos, químicos
e biológicos no sistema de nosso planeta. Por exemplo, a
luz e o calor que aqui chegam sustentam a existência de vida
na Terra.
4. RADIAÇÃO SOLAR
Nosso planeta e a sua atmosfera recebem radiações
de diversos tipos vindas do espaço. A maior parte delas
é gerada pelo Sol, nossa estrela mais próxima.
Essas radiações, na forma de ondas eletromagnéticas
(infravermelho, ultravioleta, luz visível, raios X, ondas
de rádio, etc.), são responsáveis por efeitos
físicos, químicos e biológicos no sistema
de nosso planeta. Por exemplo, a luz e o calor que aqui chegam
sustentam a existência de vida na Terra.
Quando essas radiações penetram a atmosfera, elas
sofrem modificações. A radiação visível
é difundida principalmente pelas moléculas de oxigênio
e nitrogênio (entre outras moléculas) da atmosfera.
Como sabemos, quando um fóton de luz incide sobre uma molécula,
ele é espalhado por ela. Se não houver troca de
energia, isto é, se a molécula espalhadora não
se abalar, o espalhamento é elástico. A grande maioria
dos fótons incidentes é espalhada elasticamente.
Esse tipo de espalhamento é chamado de espalhamento
Rayleigh, pois foi Lord Rayleigh que estudou esse processo
e mostrou que ele é o responsável pela cor
azul do céu no planeta Terra. No caso da atmosfera
terrestre, por conta de sua composição (predominam
oxigênio e nitrogênio), a luz branca incidente do
Sol é melhor espalhada na faixa de baixo comprimento de
onda, como a faixa de luz visível azul. (Figura 2)
Além desse efeito, uma grande parte da energia total incidente
é absorvida ou refletida de volta para o espaço
por essas moléculas da atmosfera, e também pelo
vapor de água e por partículas de poeira. Assim,
apenas cerca de 2/3 da energia solar que chega à superfície
atmosférica consegue penetrar até chegar à
superfície, onde está grande parte da vida animal
e vegetal do planeta. Podemos dizer que, medida na superfície,
a radiação que chega até nós é
composta de 5% de ultravioleta, 40% de radiação
visível (luz) e 55% de radiação infravermelha
(calor). (Figura 3).
A atual sociedade tecnológica,
instalada em um planeta que já mostra sinais de superpopulação,
colabora para a consolidação de problemas ligados
à saúde do planeta: devastação dos recursos
naturais, poluição, alterações progressivas
na constituição da atmosfera, etc.
Efeitos na atmosfera podem ser sentidos por conta de problemas como
a poluição industrial, a queima de combustíveis
fósseis e a poluição gerada por veículos
automotores em circulação, pois essas ações
despejam gases nocivos no ar. Uma comprovação recente
é a de que tudo isso está contribuindo para a elevação
das temperaturas médias do planeta.
Nas últimas décadas, o aumento das atividades que
despejam grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera
vem provocando um acréscimo do percentual deste gás
na composição atmosférica, e já se sabe
que isso traz aumento na retenção do calor. Embora
a história mostre que, em parte, esse processo pode ser natural,
já está provado que a emissão provocada pelas
atividades tecnológicas do homem vem contribuindo para isso.
Em pequena quantidade, o CO2 ajuda a manter as temperaturas médias
do planeta estabilizadas. Mas, se aumentarmos muito essa concentração,
corremos o risco de fazer da Terra um planeta semelhante a Vênus,
com seu efeito estufa decorrente de sua atmosfera essencialmente
composta por este gás. Em 1957, a atmosfera apresentava 318
partes por milhão em volume de gás carbônico.
Medições atuais já mostram que estamos perto
das 400 partes por milhão. Como o tempo de permanência
natural desse gás é de aproximadamente 100 anos, qualquer
estratégia de controle de emissão acaba surtindo efeito
apenas depois de algumas décadas. São necessárias
providências imediatas para enfrentar o problema.
O nome efeito estufa, dado ao fenômeno, é proveniente
do efeito conseguido nas estufas para cultivo de vegetais. A construção
é revestida com paredes de vidro, que deixam a luz do Sol
penetrar em seu interior. Essa luz aquece as plantas e o interior
da estufa, que irradiam de volta parte da radiação
que entrou, mas agora na forma de calor (centrado na faixa do infravermelho).
Como o infravermelho irradiado possui comprimento de onda maior
do que aquele da luz que inicialmente incidira, acaba não
conseguindo atravessar o vidro para fora da construção,
o que colabora para o aumento da temperatura no interior desta,
ver figura 4.
Podemos vivenciar isso também quando estamos dentro de um
carro, com os vidros fechados num dia de sol forte com certeza,
a temperatura dentro dele chega a ficar maior do que a temperatura
ambiente fora por conta desse mesmo efeito.
Na atmosfera, o dióxido de carbono acaba exercendo
um papel muito semelhante ao dos vidros da estufa, impedindo o retorno
para o espaço das radiações infravermelhas.
O óxido nitroso (NO2) e o metano (NH4)
também são gases que colaboram para a ocorrência
do efeito na atmosfera.
O aquecimento do planeta tende a trazer graves problemas para o
meio ambiente. A fauna e a flora terrestres já sofrem alterações
regionais em seu equilíbrio por conta das alterações
de temperatura. Muitas espécies, inclusive marinhas, podem
desaparecer. O derretimento de geleiras, em taxas maiores do que
as que seriam normais, deve aumentar o nível dos mares, o
que implicaria em transformar áreas hoje habitadas em locais
inviáveis para ocupação. Portanto, é
preciso ações políticas e tecnológicas
que viabilizem a redução das emissões dos gases
geradores do efeito estufa, sem esquecer de fazer o mesmo trabalho
também para reduzir as emissões de diversos gases
considerados poluentes atmosféricos.