É a área da Física que estuda
os fluidos em repouso. Podemos dizer que um fluido é uma
substância capaz de escoar facilmente e que muda de forma
quando sofre a ação de forças de pequena intensidade.
Assim, o termo fluido inclui os líquidos e os gases.
1.1 O QUE É PRESSÃO?
A pressão é uma grandeza física
que é dada pela relação entre o módulo
da Força (F) e o valor da área (A) sobre a qual essa
força atua. P = F / A
Como a pressão é uma relação entre força
e área, objetos usados para corte e perfuração
devem ser bem afiados, ou seja, devem ter área de corte bem
reduzida, pois assim eleva-se a pressão exercida, o que facilita
o efeito desejado: pregos, tesouras, parafusos etc. Pelo mesmo motivo,
quando queremos diminuir a pressão exercida por uma força
sobre uma superfície, aumentamos a área de contato.
1.1.1 Unidades de pressão:
A unidade de pressão no sistema S.I. é o Pascal =
1 Pa = 1 N/m2
Entretanto, essa ainda não é uma unidade muito usual
na prática e mesmo nas aplicações da engenharia.
Outras unidades usuais são:
kgf/cm2
libra por polegada quadrada (libra/pol2)
milímetros de mercúrio (mm/Hg)
atmosfera (atm)
A massa específica
(p) de um corpo, também
denominada densidade absoluta do corpo, é
definida como a relação entre a sua massa e o seu
volume:
p
= m / V
Desse modo, a densidade absoluta de um corpo indica
a massa contida na unidade de volume do corpo. Suas unidades podem
ser expressas em função das unidades usadas para a
massa e o volume. No S.I., a unidade de massa específica
é o kg/m3.
Mas há um sentido mais genérico para o termo densidade
- assim, também podemos falar em densidade de carga (razão
entre a carga elétrica e o volume ou superfície do
corpo), densidade de corrente (corrente que flui por uma seção
reta), densidade populacional (geográfica) etc.
Entretanto, nos estudos de Hidrostática, vamos o usar o termo
com o sentido anteriormente descrito, abordando o conceito e os
cálculos que envolvem a massa específica (densidade
absoluta).
Devemos notar que a densidade varia com mudanças de temperatura
e de pressão. Para os sólidos e líquidos, essas
variações são pequenas, mas para os gases,
elas são bem significativas.
1.3
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
Nosso planeta possui uma camada de ar que recobre
a superfície. Como o ar também possui peso e a atmosfera
tem dezenas de quilômetros de altura, ele exerce uma pressão
sobre os corpos que estão mergulhados nela (nós, por
exemplo!). É um comportamento típico de um fluido.
O físico italiano Torricelli, por volta de 1643, realizou
as primeiras experiências importantes para a determinação
dos valores e dos efeitos dessa pressão. O aparelho utilizado
para medir a pressão atmosférica é chamado
de barômetro.
1.3.1 Experiência de Torricelli
Torricelli usou um tubo de vidro, que tinha uma
de suas extremidades fechada, com cerca de 1 metro de comprimento.
Encheu-o com mercúrio, que é uma substância
bem sensível a variações de temperatura e pressão,
tampou a extremidade aberta e inverteu o tubo, mergulhando a extremidade
em uma cuba com mercúrio.
Ele verificou que a coluna de mercúrio no tubo descia, até
se estabilizar numa altura de 76 cm acima do nível de mercúrio
da cuba.
Então,
concluiu que deveria existir uma pressão exercida pela atmosfera,
atuando sobre a superfície do líquido no recipiente,
e que era capaz, assim, de equilibrar a coluna de mercúrio
no tubo.
Patm = 76 cmHg = 1 atm
1.3.2 Pressão de uma coluna de líquido
Do mesmo modo que a atmosfera exerce uma pressão,
também colunas de líquidos exercem pressão,
pois em ambos os casos observaremos comportamentos de fluidos,
sujeitos às leis estudadas pelo campo da Hidrostática.Essa
pressão, denominada pressão hidrostática,
dependerá do peso desse líquido, que por sua vez
é função da altura da coluna de líquido
(h) e também da densidade (d) dele:
Pressão = P
P = F / A = Peso / Área = (m.g) / A = d.V.g / (V/h) = d.g.h P = dgh
Note que o valor da pressão hidrostática dependerá,
então, da profundidade considerada (h), da densidade do
líquido (d) e do valor da aceleração da gravidade
(g).
Aplicações: construção de tanques,
barragens, submarinos, aparelhos de mergulho, projetos industriais
etc.
1.4
EMPUXO
Quando um corpo é
mergulhado em um líquido, observamos o aparecimento de uma
força de sustentação. Essa força tem
a resultante dirigida para cima, fazendo com que o corpo assuma
a tendência de não afundar. É essa força
vertical (sempre dirigida para cima) que denominamos de empuxo.
Na verdade, os líquidos exercem forças em todas as
direções, quando mergulhamos algum corpo nele. Entretanto,
como já vimos, a pressão aumenta com a profundidade,
o que faz com que as forças exercidas na parte inferior do
corpo sejam ligeiramente maiores do que as forças exercidas
na parte superior do corpo. Assim, aparece o empuxo e a resultante
de forças atuantes será obtida comparando o valor
do empuxo com o peso do corpo.
O Princípio de Arquimedes, físico e filósofo
do século III a.C., afirma que "todo corpo mergulhado
em um líquido sofre um empuxo vertical, para cima, igual
ao peso do líquido deslocado pelo corpo".
Essa constatação nos permite escrever uma expressão
para o cálculo do empuxo: ele depende da densidade do corpo
(d), do volume do corpo (V) e da aceleração da gravidade
(g).
E = d.V.g
Quando o valor do empuxo for maior do que o peso do corpo (E >
P), o corpo tenderá a subir no fluido, até equilibrar
as forças.
Quando E < P, a resultante das forças será direcionada
para baixo e o corpo afundará.
Já nos casos em que E = P, o corpo tenderá a ficar
estacionado na posição em que foi deixado.
1.5 DENSÍMETRO
É um aparelho capaz de medir a densidade de uma substância.
Ele funciona baseado no princípio do empuxo, descoberto por
Arquimedes.
O densímetro é constituído por um tubo de vidro
longo e fechado, graduado em sua parte mais estreita. Previamente
calibrado pelo fabricante, quando mergulhado num líquido
qualquer para flutuar, indica a densidade do fluido numa escala
visível.
Aplicações: o densímetro pode inferir propriedades
dos líquidos, medindo a sua massa específica. Assim,
como há líquidos que são misturas de substâncias,
o aparelho permite verificar se a composição da mistura
é a esperada ou não, comparado com o valor esperado
para a massa específica da mistura. Por exemplo, ele pode
fazer o controle de qualidade do leite, da gasolina, do álcool,
etc., em busca de alterações, tais como a adição
irregular de água além do permitido ou de solventes
nos combustíveis.