LIXO: PROBLEMA E SOLUÇÃO  UMA QUESTÃO SOCIAL

 

Apresentamos, a seguir, um pequeno texto sobre O PROBLEMA DO LIXO, que pode ser lido e discutido na aula para ampliar o conhecimento e sensibilização para a tomada de consciência sobre procedimentos, atitudes e valores que dizem respeito a cada um.

  O PROBLEMA DO LIXO

A população brasileira (160 milhões de habitantes) produz diariamente 240 mil toneladas de lixo, sendo que 100 mil toneladas correspondem ao lixo domiciliar, do qual apenas 70% é coletado e em geral depositado a céu aberto, (lixões, aterros ou cursos d’água) (Campos, 1999).

Esta forma de dispor o lixo provoca poluição do solo, da água e do ar, além de atrair ratos, baratas, moscas e outros vetores de doenças infecciosas e parasitárias, causando, enfim, a degradação ambiental e social.

Um ideal humano seria não produzir resíduos sólidos! Na realidade, no entanto, produzimos grande quantidade de resíduos sólidos o que torna necessário e urgente um gerenciamento adequado, porém, mais importante que tratá-los, deve ser a conscientização das pessoas no sentido de diminuir a geração dos mesmos.

Antes de pensarmos em tratamentos de resíduos, devemos ter em mente alguns pressupostos importantes, como:

* responsabilidade individual - na medida em que todas as atividades humanas são geradoras de resíduos;

* responsabilidade coletiva – leva em conta que as estratégias de não geração e minimização devem ser construídas e executadas por toda a sociedade;

*prevenção – decorre da constatação generalizada de que os impactos sobre a natureza, provocados pela extração de matérias-primas, uso indevido dos recursos hídricos, desperdício de energia e pela emissão de substâncias tóxicas, que excedem a capacidade de absorção da biosfera e alteram o equilíbrio ecológico do planeta, demandam medidas urgentes a curto e médio prazos;

*sustentabilidade - o planeta Terra é limitado em termos de recursos naturais e o seu esgotamento compromete a possibilidade de um processo de desenvolvimento continuado e acessível a toda a população. Assim, torna-se necessário um vigoroso e generalizado combate ao desperdício e um uso mais racional dos recursos naturais. (Agenda 21 do RS, 1998).

A partir dos pressupostos colocados e da constatação de que os resíduos sólidos, conforme Odum (1998), são o principal fator limitante para o desenvolvimento das sociedades contemporâneas, é preciso:

REpensar os hábitos de consumo, ou seja, sempre que possível evitar a geração de resíduos e o desperdício, buscando a Não Geração;

RE-educar – num processo contínuo de conscientização para a não geração ou minimização;

Reduzir ou Minimizar a geração de resíduos desde a extração de matérias-primas, seu beneficiamento e transformação em bens de consumo, até sua destinação final;

Recondicionar, recuperar ou restaurar os materiais de modo que eles possam ser utilizados por mais tempo;

REmodelar, reformar ou refazer com modificações profundas, de forma a tornar os materiais modernos e atuais;

Reusar, REutilizar ou REaproveitar com o mesmo uso ou com usos diferentes;

Reciclar os resíduos que passam a ser considerados matéria-prima para a fabricação de diferentes produtos com economia de energia e recursos naturais, ao invés de extraí-los da natureza. 

 

 

ATIVIDADE 4:    Determinação da Composição do Lixo Domiciliar

 

a) PORCENTAGEM DE LIXO SECO E ÚMIDO

   

            A determinação da composição gravimétrica é a especificação de características da massa do lixo seco e úmido. Os valores podem ser expressos em porcentagem.  

    É importante verificar se todos os lixos trazidos foram separados conforme orientações na atividade 2. Se houver problema, deve-se separar corretamente em porções de lixo úmido e seco, utilizando luvas ou saquinhos que proteja as mãos, ou desprezá-lo caso contenha cacos de vidro, resíduos contaminados com sangue, entre outros. Medir a massa de lixo seco e somando-os no final o que representa 100%, conforme tabela 2. Expressar a porcentagem de cada porção.

 

Tabela 2: Quantidades de lixo seco e úmido

Lixo úmido

Peso/massa

%

Lixo seco

Peso/massa

%

 

     A atividade, deve, preferencialmente, ser realizada com os alunos organizados em pequenos grupos. Após as pesagens de cada grupo, os lixos individuais devem ser coletados na porção “lixo seco” e “lixo úmido”.

  

            b) UMA PRIMEIRA “LEITURA” SOBRE AS PORÇÕES DE LIXO SECO E LIXO ÚMIDO

 

        Cada grupo de alunos passa a discutir e a analisar, de forma minuciosa, as duas porções de lixo (seco e úmido), em termos de:

-         quantidade de RSD produzido por pessoa/dia, em sua casa;

-         materiais encontrados;

-         possível desperdício;

-         possíveis indicadores de nível sócio-econômico da família;

-         qualidade da alimentação;

-         problemas ambientais e riscos à saúde pública;

-         degradação visível de algum material (apodrecimento ou outro);

-         possíveis aproveitamentos de cada material encontrado.

 

ATIVIDADE 5:    Destino Imediato do Lixo Úmido: Compostagem e Biodigestão

        A porção de lixo úmido precisa ser imediatamente removida após a realização da Atividade 4b. Para isso vamos preparar uma composteira (a) e um biodigestor (b). A compostagem e a biodigestão são técnicas de tratamento de lixo úmido que consistem em transformações controladas, a primeira aeróbica (com aeração) e a segunda anaeróbica (deve evitar maior contato com o ar). Na compostagem pode-se obter húmus que visa ser reaproveitado na adubação orgânica e, na biodigestão pode-se obter o gás natural, o metano, que pode ser utilizado como fonte de energia, além do resíduo ou lodo, o qual pode ser utilizado como adubo.

 

a)   ORIENTAÇÕES PARA UMA COMPOSTAGEM – FINALIDADE DIDÁTICA

 

     Com alguns cuidados podemos acompanhar e controlar as transformações do lixo úmido encontrado, que podem ser são restos de frutas, legumes e alimentos em geral, cascas e papel molhado ou com gordura e, materiais palhosos, que são folhas, gramas, restos de varrição e palhas.

    O lixo úmido e materiais palhosos coletados devem ser suficientes para preencher uma caixa usada no transporte de frutas ou verduras, conforme solicitado na Atividade 2.

    Para evitar a perda do material pelas frestas maiores da caixa, pode-se forrá-la com o saco de tela ou tomar outras providências. A seguir, os resíduos devem ser dispostos em camadas e de forma alternada com lixo úmido e material palhoso, tomando cuidado para que a última camada (cobertura) seja de material palhoso, conforme a foto 3.

Composteira organizada por nosso grupo.

No detalhe: A bolsista Denise protegeu as mãos com saquinhos de “plástico“ para revolver o material em processo de compostagem.

 

A compostagem consiste em uma interação ativa de microrganismos com diversas substâncias que compõem o lixo úmido. Isso pode ser melhor entendido com a leitura do texto “Compostagem e Organismos Vivos”.