A compostagem é um processo biológico de transformação desenvolvido em sistemas aeróbicos controlados, que propiciam a esterilização, mineralização e humificação dos resíduos orgânicos, gerando como produto final um composto orgânico que pode ter vários usos e aplicações (Pereira Neto, 1998). Até obter o composto orgânico a transformação de resíduos é realizada por diversas populações de seres vivos, os decompositores, que se alimentam de detritos e restos de organismos ou de organismos mortos. Conforme Cleffi (1986), há três tipos de decompositores:  

Necrófagos – são os animais que se alimentam de cadáveres como, por exemplo, urubus, besouros, formigas e larvas de moscas. Em outros ambientes, diferentes animais também atuam como necrófagos, por exemplo hienas, siris, caranguejos e camarões, entre outros.

Detritívoros – são os animais que comem detritos: restos de vegetais (ramos, folhas, flores, frutos que caem das plantas), restos de animais (escamas, pêlos, penas que caem dos animais, carapaças de insetos, ossos) ou ainda excrementos. Geralmente os invertebrados necrófagos são também detritívoros como moscas, besouros, formigas e outros pequenos animais de solo.

Microdecompositores – são microrganismos que agem sobre os corpos de outros organismos mortos e sobre os restos de animais e vegetais simultaneamente aos necrófagos e detritívoros, completando a decomposição.

            Quanto mais heterogêneos forem os materiais que constituem o lixo úmido, maior será a diversidade dos decompositores e melhor será seu equilíbrio nutricional. Deve-se atentar, ainda, para a boa aeração, mantendo a melhor porosidade possível e evitando a compactação. Consegue-se essa situação adicionando materiais palhosos, conforme descrito página anterior. Também é importante levar em consideração o tamanho das partículas dos resíduos. Quanto mais triturado o resíduo, maior será o número de partículas e, portanto, maior a superfície de contato entre os microrganismos e o meio, propiciando um ambiente mais favorável à reprodução dos microrganismos e, conseqüentemente, gerando maior rapidez nas transformações do lixo úmido.

             Apesar dos cuidados, poderá haver uma grande variação no processo e nos resultados. São variáveis importantes a temperatura, a umidade do ar, a umidade do material, o tipo de material, a aeração da caixa, etc. Cada processo de compostagem será único, devendo, por isso, ser cuidadosamente descrito e analisado pela turma responsável.

            Na Atividade 8 são descritos todos os procedimentos para acompanhar e monitorar a compostagem a qual poderá levar de 30 a 40 dias. Durante esse tempo são propostas outras atividades e estudos relativos aos resíduos sólidos. Podemos, por exemplo, refletir sobre a composição do material que compõe o LIXO ÚMIDO, através da leitura e do estudo do texto que segue. Esse texto, em sua íntegra, é mais adequado para o 4º ciclo (7ª e 8ª séries).